segunda-feira, 28 de julho de 2014

Plano de Ensino FACIMP

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Curso: FARMÁCIA         FACIMP

Disciplina: MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

Área: CIÊNCIAS DA SAÚDE                          Carga Horária: 36 h
Período: 2º                                                 Turno: INTEGRAL
Professor: Dr. Luís Carlos Figueira de Carvalho

Pré-requisitos: NÃO TEM

Ementa:  Estrutura da célula microbiana e grupos microbianos de interesse na industria de alimentos. Contaminação microbiana. Crescimento dos microrganismos e seu controle. Higiene e qualidade dos alimentos. Pontos críticos de controle e boas práticas de fabricação. Doenças microbianas transmitidas pelos alimentos.

Objetivos
Geral:  Revisar os conceitos básicos da microbiologia, buscando uma aplicabilidade aos processos de preparação e conservação de alimentos, bem como identificar os microrganismos relacionados com doenças e intoxicação alimentar, comumente encontrados em alimentos
Específicos:
  1. Explicar a estrutura da célula microbiana
  2. Relacionar os grupos de microrganismos de interesse na industria de alimentos
  3. Compreender as  vias de contaminação microbiana
  4. Identificar os pontos críticos de controle e as boas práticas de fabricação
  5. Analisar mecanismos que interfere no crescimento microbiano
  6. Descrever as doenças microbianas transmitidas pelos alimentos.



CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
  • Introdução a microbiologia de alimento. Importância e aplicação;
  • Fatores intrínsecos e extrínsecos que controlam o desenvolvimento microbiano nos alimentos;
  • Microrganismos indicadores;
  • Microrganismos patogênicos de importância em alimentos;
  • Alterações químicas causadas por microrganismos;
  • Deterioração microbiana de alimentos;
  • Controle do desenvolvimento microbiano nos alimentos;
  • Critérios microbiológicos para avaliação da qualidade de alimentos;
  • Análises de perigos e pontos críticos de controle;
  • Métodos de análises;

METODOLOGIA:
·         Aulas expositivas e dialogadas, onde se estimulará a leitura prévia do tópico;
·         Debates e discussões em grupo, com construção de conceitos a partir de exemplos oferecidos e situações que os alunos experimentaram ou conheceram.
·         Atividades em grupos e individuais: seminários, fichamento, estudo dirigido, relatórios;

RECURSOS METODOLÓGICOS:
·         Multimídia; Quadro e pincéis.

AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita através de um processo contínuo que levará em conta a participação dos alunos em sala de aula, a responsabilidade no cumprimento das tarefas solicitadas, bem como aplicação de provas escritas com questões objetivas e subjetivas que abrangem o conteúdo programático ministrados em aulas teóricas e práticas. Para atribuição de notas serão utilizados fichamentos de textos, trabalhos individuais ou em grupo.

1º Bimestre: Avaliação Teórica (70%) +  Participação (30%);
2º Bimestre: Avaliação Teórica (70%) + Participação (30%);

NOTA = Valor atribuído x fator de correção

Toda atividade avaliativa será quantificada de 0 a 10, sendo a nota o resultado do produto do valor atribuído pelo fator de correção ( 0,7 para avaliação teórica e 0,3 para participação);

Observação: Durante a avaliação teórica o aluno que se ausentar da sala por qualquer motivo, inclusive ir ao banheiro, terá sua prova substituída por outra ao retornar, garantindo-lhe as questões já realizadas antes de sair da sala.
Os critérios de avaliação estão em conformidade com o Regimento Interno da Faculdade de Imperatriz, Capítulo II, Seção V, que dispõe sobre Avaliação do Desempenho Escolar. 
A avaliação de segunda chamada será realizada no final do semestre letivo sendo possível realizar apenas uma segunda chamada. A solicitação deverá ser realizada no prazo máximo de 3 (três) dias úteis a contar da data de realização.
Será considerado aprovado:
- O aluno que obtiver média aritmética final igual ou superior a 7,0 (sete);
- O aluno que obtiver frequência final igual ou superior a 75% da carga horária da disciplina.
            O aluno que obtiver média final maior ou igual a 5,0 (cinco) e menor que 7,0 (sete) terá direito à prova final, devendo o aluno obter uma média final maior ou igual a 5,0 (cinco) para ser considerado aprovado

BIBLIOGRAFIA:
Básica
FRANCO, Bernadette D. G. M.; LANDGRAF, Mariza. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008.
JAY, James M. Microbiologia de alimentos. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
TRABULSI, Luiz R.; ALTERTHUM, Flávio. Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
TORTORA, Gerard; FUNKE, Berdell; CASE, Christine. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Complementares:

ORSYTHE, Stephen. Microbiologia da segurança alimentar. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MASSAGUER, Pilar R. Microbiologia dos processos alimentares. São Paulo: Varela, 2006.
RIBEIRO, Mariangela Cagnoni. Microbiologia Prática – Aplicações de Aprendizagem de
Microbiologia. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
SOUTO-PADRÓN, Thais; COELHO, Rosalie Reed Rodrigues; PEREIRA, Antônio Ferreira;
VERMELHO, Alane Beatriz. Práticas de Microbiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.


Imperatriz – MA, 21 de julho de 2014.


Professor Responsável: Prof.Dr. Luís Carlos Figueira de Carvalho

Cordenadora: Prof. MSc. Valquiria Luzia de Castro

                                                                                                                                              

sábado, 26 de julho de 2014

ALUNOS 02/2014

ALUNOS DA FACIMP SEGUNDO SEMESTRE 2014


ANA LIVIA MACEDO Perfil do facebook
ANA RAQUEL LIMA DIAS <facebook>
BRUNA CAROLINA BEZERRA LIMA <facebook>
CAMILA MACEDO SOARES
CLEYTON DA SILVA JUNIOR
DANILO SOUSA TIMÓTEO
IALAINE DE MORAIS SOUZA < Perfil do Facebook
JANE COSTA SOUSA
LUANA DA SILVA RIBEIRO
MARIANA DA SILVA PEREIRA
POLYANA BRUNA DE CASTRO SILVA
SUELEN ALVES MAIOR DE OLIVEIRA <facebook>
SUZANE RAMOS DE OLIVEIRA  <Perfil do Facebook>
WANDERSON FERREIRA

quinta-feira, 20 de março de 2014

ALUNOS UFMA 01/2014

ANA BEATRIZ MELO DE OLIVEIRA GARRIDO  facebook
ANA PAOLA PEREIRA DE SOUSA
ANA PATRICIA FONTES DA SILVA
ANDRESSA CHRISTYNE RAMOS SANTOS facebook
ANNA LEIA BARROS DA SILVA
BEATRIZ ALMEIDA NINA
CERES CAROLINE OLIVEIRA FERREIRA
CLARA DANIELLA SOUSA ROCHA  Facebook
ELINEIA SILVA GONCALVES
ERIKA MEIRE DOS SANTOS MARTINS
FILIPE CARNEIRO DE ALMEIDA
FRANCISCO ALBERTO ARAGAO ADLER
GLEICIANE LOPES   Facebook
LAIS CALDAS RUAS
LARISSA CARVALHO RAMOS
LENISE JOSY COSTA MENDES
LUCIANA DE FATIMA RIBEIRO COIMBRA
LUCINAURA PEREIRA GONCALVES
MARIA NEUDE ALMEIDA TEIXEIRA
NATALIA DAVINA FONSECA RIBEIRO facebook
POLLYANA LUIZA LOPES VILA Facebook
PRISCILA FONSECA RIBEIRO  facebook
VANESSA FERREIRA SANTOS  Facebook
YGOR FRANCA DE ARAUJO GALENO  Facebook
























segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

PRÁTICAS


Prática 3: Técnicas de semeaduras

Objetivo: Desenvolver as técnicas básicas de semeadura de material para isolamento de germes

Princípio: Uma população microbiana, sob condições naturais, contém muitas espécies diferentes. Os microbiologistas devem ser capazes de isolar, enumerar, e identificar os microrganismos em uma amostra, para então classificá-los e caracterizá-los. Os microrganismos na natureza normalmente existem em culturas mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Ao determinar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura, ou seja, em que todas as células na população são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma célula parental. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores :
  • Considerações sobre a origem do material a ser analisado
  • A espécie que se imagina estar presente nesta amostra
  • As necessidades nutricionais dos organismos
Material: Alça de platina, meio sólido em placa (ágar Mueller-Hinton, ágar sangue, EMB, etc.,), tubos contendo 10ml de meio Mueller-Hinton, pipetas de 1ml,  tubos com 4,5ml de salina estéril, alça de Drigalsky, bico de Bunsen, swab estéril, galeria para tubos de ensaio, placas de Petri estéreis, becker de 100ml com álcool, estufa a 37ºC, banho-maria a 100ºC, material biológico (saliva, sec. nasal, sec.ouvido, sec.orofaringe,  fezes, urina, etc.)

Métodos:
Técnica de Esgotamento: A mais utilizada para isolamento de germes em meio sólido (ágar sangue, ágar EMB, etc ), onde se utiliza uma alça de platina, previamente flambada e esfriada
  •  Com a alça de platina, tocar suavemente na amostra.
  • Passar a alça sobre o meio de cultura em movimento de zigue-zague sem sobrepor as linha e sem recarregar a Alça[1].
  • Incubar as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
Espalhamento “Pour Plate”: Consiste em fazer uma prévia diluição da amostra e colocar em uma placa de Petri vazia e depois derramar o meio sobre a amostra e agitar para homogeneizar a amostra diluída com o meio de cultura. Técnica:
  • Fazer diluição seriada da amostra, ex. 1/10, 1/100 e 1/1000.
  • Colocar 1 ml de cada diluição em uma placa de Petri estéril
  • Fundir 10 ml de meio sólido e refriar a 65ºC
  • Derramar sobre a amostra na placa e aplicar movimentos suaves na placa para misturar a amostra com o meio;
  • Esperar o meio solidificar novamente e incubar  as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
 Espalhamento Pós Plate: Consiste em espalhar a amostra diluída ou não sobre o meio com auxilio da alça de Drigalsky, para obter colônias isoladas.

 Resultados:  Observar as colônias isoladas, caracterizadas pela formação de pontos isolados sobre o meio de cultura, após a incubação.

 Recomendações Para Semeadura de Material Biológico
 Para execução de uma boa semeadura, certas precauções especiais devem ser observadas pelo manipulador, com o fim de preservar a pureza do cultivo e minimizar os riscos de infecção ou intoxicação no Laboratório:

  • Todo processo deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  • Alça de platina utilizada para semear, deve ser flambada antes e depois da semeadura;
  • As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa
  • Regular a entrada de ar do bico de Bunsen, para obter uma chama azul ( zona de esterilidade );
  • Os tubos ou recipientes com meios de cultura, estéreis ou com material a ser inoculado, deverão ser abertos ou manipulados, somente na proximidade da chama do bico de Bunsen (zona estéril);
  • As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de Bunsen.
  • As alças ou agulhas, de platina ou níquel-cromo, devem ser flambadas imediatamente antes e depois de qualquer transferência. Elas devem ser flambadas em todo seu comprimento, a partir de alguns centímetros do cabo de Kolle, até ao rubro, mantendo-as em posição vertical à chama do bico de Bunsen. Nunca iniciar a flambagem pela extremidade livre da alça ou agulha. Deixar esfriar nas proximidades da chama;
  • Passar, ligeiramente, dentro da chama do Bico de Bunsen, imediatamente antes e depois da transferência, pipetas graduadas estéreis, pipeta Pasteur, ou alça de Drigalsky;
  • Nunca abrir ou deixar aberto verticalmente os tubos ou frascos com culturas, incliná-los a aproximadamente em ângulo de 30º;
  • No caso de tubo com ágar inclinado, este deve ficar de preferência na horizontal. Flambar também a boca dos tubos ou frascos contendo culturas e meios, imediatamente antes e depois da transferência;
  • Nunca depositar a tampa ou tampão de algodão dos tubos ou frascos sobre a bancada ou mesa de trabalho;
  • Descartar pipetas usadas em recipientes contendo soluções detergentes ou desinfetantes;
  • Tratar de dispor o material de trabalho em posição adequada à fácil manipulação, sem riscos de acidentes ou trocas. Manter os tubos, alças e agulhas sempre na posição vertical, em suportes e estantes apropriadas;
  • Identificar adequadamente o material de trabalho.
Conservação das culturas puras
Uma vez que os microrganismos tenham sido isolados em cultura pura, é necessário manter as culturas vivas por um período de tempo com o objetivo de estudá-las. Para armazenar por um período curto, as culturas podem ser mantidas à temperatura de refrigeradores (4 a 10 oC); Para armazenar por um período longo, as culturas são mantidas em nitrogênio líquido (-196 oC) ou em freezers (-70 a -120 oC), ou ainda congeladas, e então desidratadas e fechadas à vácuo em um processo denominado liofilização
Alguns dos mais usados métodos de conservação:
  • Transferência periódica para meios novos
  • Sob camada de óleo mineral
  • Liofilização
  • Congelamento
As coleções de culturas são bancos de microrganismos e outras células que estão à disposição de pesquisadores, professores, investigadores de patentes, e todo aquele que necessite estudar um tipo particular de microrganismos - um conjunto de células de referência de uma coleção de cultura padrão. As células são congeladas em cubas de nitrogênio líquido ou liofilizadas para resistir a qualquer variação que possa destruir a identidade da célula original.

QUESTÕES
  1. O que significa semear um material clinica?
  2. Qual  principio das técnicas de semeadura?
  3. O que significa repicar uma cultura?
  4. Como se obtém uma cultura pura.
  5. Qual importância da cultura pura no diagnóstico de doenças infecciosas?
  6. Para se identificar uma bactéria é necessário se obter uma cultura pura. Por que uma cultura mista conduz a erros de identificação?
  7. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores. Cite-os.
  8. Por que todo processo de semeadura deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  9. As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa. O que pode ocorrer com as colônias se as placas forem incubadas com a tampa para cima?
  10. Comente sobre os seguintes métodos de conservação de bactérias: a) Liofilização, b) Congelamento, c) Transferência periódica para novos meios, d) conservação sob camada de óleo mineral


PRATICA 2: PREPARO DE MEIOS DE CULTURA

Objetivo: Familiarizar o aluno com o preparo dos meios de cultura mais usados em microbiologia; Discutir a aplicação de meios específicos para o cultivo de microrganismos distintos

Princípio: Os microrganismos, para um crescimento adequado, necessitam de nutrientes (fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fosfato, etc., ) e condições ambientais favoráveis (pH, pressão osmótica, temperatura, umidade, etc., ).
            Meios de cultura são associação qualitativa e quantitativa de substâncias que permitem o cultivo de microrganismos fora do meio natural. Em condições naturais, nos diversos “habitats”, os microrganismos ocorrem em populações mistas. Os meios de cultura permitem isolar os microrganismos para estudo e pesquisa.

Material: Peptona, extrato de carne, ágar-agar,  ágar Mueller-Hinton, Caldo BHI, sangue de carneiro desfibrinado, tubos contendo 10ml de ágar-base estéril PH-metron, placas de Petri estéreis, pipetas de 1ml estéril, balança, provetas.
Equipamentos: Autoclave, cronômetro, Banho-Maria a 55ºC

Método - Formulações

Caldo Simples

Peptona.....................5,0g
Extrato de carne  ......3,0g
Água destilada .... 1000ml
      Pesar os ingredientes, dissolver em água destildada e acertar o pH para  7,3. Distribuir em 2ml/tubo. Autoclavar 120°C por 15'. Manter em geladeira.


Ágar Simples
Ágar.................... 15,0g
Peptona................. 5,0g
Extrato de carne ....3,0g
Água destilada ...1000ml
      Pesar os ingredientes e dissolver a quente. Acertar o pH para 7,3. Autoclavar 120°C por 15'. Distribuir em placas. Manter em geladeira.


Ágar Sangue: Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 55ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Chocolate: Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 70ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Mueller Hinton

Composição (g/litro)

Infuso de carne .......300g
Casaminoácido .......17,5g
Amido......................1,5g
Ágar .........................17g

pH final 7,3
MODO DE PREPARAÇÃO
Suspender 38,0g em 1000ml de água destilada ou deionizada e aquecer até ebulição para dissolver completamente. Esterilizar em autoclave durante 10 min.,  a 15 Atm pressão (121ºC), esfriar a 50ºC e distribuir em placas de Petri.

Caldo BHI (Brain Heart Infusion)

Composição (g/litro)
Infuso de cérebro de carneiro...200g
Infuso de coração bovino ......  250g
Peptona proteosa, Difco .........  10g
Dextrose ................................... 2g
Cloreto de sódio ......................   5g
Fosfato disódico ....................  2,5g

Modo de preparação
         
           Dissolver 37 gramas em um litro de água destilada ou deionizada. Agitar até completa dissolução. Esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 15 atm.
pH final 7,4


COMENTÁRIOS


            Desde o inicio, os microbiologistas aprenderam que podiam cultivar uma grande variedade de bactérias em “caldos”, obtidos pela cocção de tecidos animais ou vegetais. Em 1923, Mueller[1], tentando definir esta vaga necessidade, em termos de compostos específicos, descobriu o então desconhecido aminoácido, metionina. A nutrição bacteriana tornou-se campo dinâmico durante os anos subsequentes; porém com o reconhecimento da unidade bioquímica, os vários esquemas nutritivos revelaram ser simplesmente pequenas variações de um tema central e o estudo da nutrição bacteriana perdeu muito de seu interesse teórico. Apesar disso, este campo detém sua importância prática e ainda apresenta desafios; por exemplos, o bacilo da lepra, o treponema da sífilis e riquétsias não podem ser cultivados em meios artificiais.
            Inicialmente, o único método existente para contagem de bactérias ou para o isolamento de culturas puras (clones), era a diluição até a extinção, isto é, até a perda da infectividade. Um progresso importante foi a introdução dos meios sólidos por Koch. Os materiais usados inicialmente eram pouco satisfatórios: a superfície da batata cortada podia permitir um crescimento confluente, enquanto que a gelatina permanecia sólida apenas em temperaturas relativamente baixas, sendo liquefeita por muitos microrganismos. Assim sendo, Frau Hesse, esposa de um médico e bacteriologista amador alemão, introduziu o ágar, um produto japonês que ela empregava  para engrossar as sopas.
            O ágar (do malaio “agar-ágar”) é um polissacarídeo obtido de certas algas marinhas (várias algas vermelhas). Constitui-se primariamente de galactose, com um radical sulfato para cada 10 ou 50 resíduos. O ágar mostrou-se ideal para formar meios sólidos. Não é tóxico para a bactéria, e muito poucas conseguem atacá-lo. Em concentrações de 1,5 a 2,0% apresentam uma superfície úmida para permitir crescimento, mas seca o bastante para manter separadas as colônias (Excepcionalmente, certos microrganismos móveis, como Proteus, exigem ágar a 5% para impedir a formação do véu.
            Após a fusão entre 80 e 100ºC, as soluções de ágar permanecem líquidas até 45-50ºC, temperatura que muitas bactérias toleram por alguns instantes; após a solidificação em temperatura ambiente, permanecem sólidas até muito acima de 37ºC. A estrutura fibrosa de um gel é suficientemente compacta para impedir a movimentação de bactérias no seu interior, mas bastante aberta para permitir a difusão, até mesmo de nutrientes macromoleculares.




QUESTÕES

  1. As condições necessárias para preparar os meios de cultura foram observadas? Qual a influencia dessas condições para a conclusão dos trabalhos?
  2. Os procedimentos realizados estão de acordo com o protocolo. Comente as alterações ou adaptações realizadas
  3. Relacione os matérias listados neste protocolo que não foram utilizados e quais outros materiais utilizados. Será que houve alguma falha no procedimento pela falta ou substituição do material?
  4. O que são macronutrientes ? Cite os principais exemplos
  5. Os meios de cultivo e a idade da colônia exercem alguma influência na morfologia de células em coloração simples?
  6. Alguns microrganismos, como Micobacterium leprae, ainda não se conseguiu cultivar em meios de cultura. Quais as possíveis dificuldades e qual a importância desta técnica?
  7. Quais as dificuldades encontradas na realização dessa prática?
  8. Descreva os procedimentos para realização do teste de esterilidade dos meios de cultura
  9. Os procedimentos de biossegurança foram seguidos com rigor? Quais os possíveis riscos de acidente de trabalho que os alunos e o professor sofreram? Comente sobre as normas de biossegurança.
  10. Elabore 10 questões a respeito da prática ao seu professor, para melhor esclarecimento das suas dúvidas




[1] J.Bacteriol., 7:309 (1922)



PRÁTICA 1: COLORAÇÃO DE GRAM

Objetivo: Observar formas, disposição e comportamento tintorial das bactérias. Distinguir bactérias Gram-positivas das Gram-negativas

Princípio: O método de Gram permite classificar  as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm Violeta de genciana ( Gram-positiva ) e as que não retém o violeta genciana (Gram-negativa). Além do mais, é útil para determinar a forma ( cocos e bacilos ), e o arranjo das células após a divisão celular ( em forma de cacho, cadeias, sarcina  etc., ). As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente:
·      Comportamento tintorial: Gram-positiva ou Gram-negativa
·      Forma: cocos (esféricos), bacilos (cilindricos) e espirilos (espiralados)
·      Arranjo: Disposição das células entre si. Os cocos podem estar isolados, aos pares(diplococos), agrupados em cachos (estafilococos), em cadeia (estreptococos). Os bacilos e espirilos se apresentam em geral como células isoladas porém,  ocasionalmente,   pode-se   observar   bacilos  aos  pares (diplobacilos)  ou  em cadeia ( estreptobacilos ).

            Quanto ao tamanho, as células bacterianas são sempre de dimensões microscópicas, o diâmetro da maioria delas varia de 0,2 a 1,5 mm e comprimento de 1 a 6 mm.

Material: Reagentes de Gram: sol. cristal-violeta 2%; sol. aquosa de iodo (Lugol); mistura álcool-acetona; sol. alcoólica de safranina[1], Lâminas: Suporte para lâminas; alça de platina; Bico de Bunsen;  Microscópio; Óleo de Imersão

Método:
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução  de cristal-violeta  por cerca de 1min.;
·         Lavar com água corrente e escorrer o excesso de água;
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto;
·         Descorar a lâmina com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor;
·         Cobrir o esfregaço com a solução de safranina1 por cerca de 30 segundos;
·         Lavar com água corrente;
·         Deixar secar ao ar .

REAGENTES PARA COLORAÇÃO DE GRAM
Cristal Violeta
Solução A
Cristal-violeta..........       2g             
Álcool etílico ............   20 ml           
Solução B
Oxalato de amônio ...... 0,8g   
Água destilada ............ 80 ml
MISTURA A + B
Lugol

Iodo ...........................1g
Iodeto de potássio ...... 2g   
água destilada ......   300ml


Contracorante
Solução estoque:
Safranina 2,5 g / 100ml
Solução uso: Diluir sol. estoque 1/10




Interpretação: As bactérias Gram-positivas retém o cristal-violeta e se apresentam com coloração violeta, enquanto as Gram-negativas são descoradas pelo álcool-acetona, sendo, portanto, coradas pela safranina e se apresentam róseas.


Questões
1.      A coloração de Gram possibilita caracterizar as bactérias quanto ao comportamento tintorial (Gram-positiva e Gram-negativa), morfologia (cocos, bacilos, espirilos) e arranjo (em cacho, em cadeias, aos pares). Qual o significado destas informações para a medicina?
2.      A coloração de Gram exerce alguma importância em diagnósticos clínicos de bactérias isoladas de infecções humanas e animais? Citar pelo menos um exemplo.
3.      Empiricamente, Gram estabeleceu uma sequência para a aplicação dos corantes que integram a metodologia. Comentar os resultados possíveis de serem obtidos com as inversões da sequência referida no método.
4.      Sabe-se que se a parede celular é o sítio preferido pela fixação da reação de Gram. Fazer um esquema mostrando esta associação, para o caso típico de uma bactéria Gram-positiva.
5.      Sendo o Gram um método de coloração diferencial, como esta reação pode ser empregada para a verificação do estado de pureza de uma determinada cultura?
6.      Comente o efeito da penicilina sobre a parede celular bacteriana, correlacionando-o com a reação tintorial de Gram.
7.      Comente a frase: “Uma bactéria Gram-negativa pode tornar-se Gram-positiva, dependendo do tempo de incubação da cultura, mas o inverso não é verdadeiro”.
8.      Os procedimentos realizados estão de acordo com o protocolo. Comente as alterações ou adaptações realizadas
9.      Relacione os matérias listados neste protocolo que não foram utilizados e quais outros materiais utilizados. Será que houve alguma falha no procedimento pela falta ou substituição do material?
10.  Quais as dificuldades encontradas na realização dessa prática?
11.  Os procedimentos de biossegurança foram seguidos com rigor? Quais os possíveis riscos de acidente de trabalho que os alunos e o professor sofreram? Comente sobre as normas de biossegurança.
12.  Elabore 10 questões a respeito da prática ao seu professor, para melhor esclarecimento das suas dúvidas